Sinto dor, muita dor, uma flecha atingiu meu ombro e uma outra atingiu minha perna, mas não posso desistir, não agora, ainda não, preciso aguentar só mais um pouco, eu prometi a ele que ficaríamos juntos depois que tudo isso acabasse e é por ele que aguento essa dor agora e foi por ele que eu continuei viva, por causa dele e do que ele representa pra mim.
A dor aumenta, minha vista começa a embaçar, sinto dor, muita dor, mas o que sinto por ele me mantém de pé, a existência dele me mantém de pé.
Ele está próximo, protegemos um ao outro como podemos, mas o número de inimigos é muito grande, não está sendo fácil pra nenhum de nós do batalhão.
Sinto dor, muita dor. Manejar a espada fica cada vez mais difícil, mas graças aos nossos companheiros o número de inimigos diminuiu.
Ainda consigo ve-lo, está a alguns metros de mim, mais um inimigo decapitado e o campo está limpo agora, ele sorri pra mim e eu devolvo o sorriso, mas no momento seguinte sinto uma dor maior do que as outras, uma dor lancinante no peito, olho pra baixo para comprovar o que já sabia: uma lâmina atravessando meu peito, droga... cheguei tão perto, minha vista começa a escurecer, minhas pernas cedem e antes de tombar ele me segura, o rosto assustado, em pânico, ele grita algo que não consigo ouvir, já não vejo nada nem ouço nada, até a dor parece estar se dissipando, reúno aquilo que acredito ser o último sopro de vida que me resta para sussurra-lhe "me perdoe, não cumpri a nossa promessa", ele me abraça forte, respiro uma última vez e penso "sinto muito".
narrativa muito boa, fiquei sem ar
ResponderExcluirMeu preferido! ;*
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